# Soul Sister

As mulheres da minha vida não sabem o quão bonitas são.

É mal de mulheres - sempre tão bonitas e tão imperfeitas.
Mulher, que é mulher, tem um kilo a mais, um kilo a menos, olheiras a mais e confiança a menos.
Mulher, que é mulher, nunca sabe o quão bonita é.
Mulher, que é mulher, acha sempre não ser o suficiente. 

Esta é a verdade mais absurda que as mulheres da minha vida me ensinam. São as mulheres mais bonitas que conheço - não por uma, mas por mil razões - e nunca entendem que o são.

Hoje, numa troca de mensagens com uma (se não a) das mulheres que mais admiro, recebi: Estou de roupa normal... Calça de ganga e blusa branca e olheiras!!!! 
Disse-lhe: Tas linda de qualquer forma! - não estava a brincar.
Ela respondeu-me:
Naoooo

Tenho o excelente e terrivel hábito - ou príncipio - de não saber escrever o que não sinto.
Ela é a mulher em que mais me revejo.
Mesmo quando ela me surpreende ou não a reconheço, coincide sempre com as alturas em que eu propria me surpreendo e não me reconheço - e ela nem sabe disso.

Acho-a linda.
Na covinha que faz quando sorri e na cara zangada quando está preocupada. Na forma passa as fotografias no ecrã touch do iPhone com o indicador e na forma despreocupada como conduz.
(A primeira vez que falei com ela, deu-me boleia. Conduziu com o à vontade e segurança que me apaixona - adoro pessoas que sabem conduzir bem. Foi a primeira vez que pensei: quando for grande, quero ser como tu.)
Na forma como cozinha e nos longos silêncios em que permanece na sua bolha.
Na forma como é expressiva e inconstante, segura e frágil.
Na forma como assume as fragilidades e age para lhes dar a volta.
Na forma como vai, mesmo quando não quer ir.
Na forma como é mãe.
Na forma como quer fugir e ficar, gostar e não gostar, falar e ficar calada, regir e acomodar-se. Na forma como adora cadernos e notas.
Na forma como gosta de estudar. Na forma como não desiste - nunca.
Na forma como é confusa e decidida.

Por mais longe que estejemos e menos à vontade que tenhamos, passadas todas estas mudanças - minhas e tuas - continuas a ser o meu espelho.



Sem filtros, sem maquilhagem e sem falsos moralismos. É assim que te admiro.
Quando for grande, quero ser como tu!

1 comentário: