# Fraga da Pena

Faz hoje uma semana que larguei tudo - pela primeira vez tudo - o que ainda me ligava a Lisboa (como quem escreve: o trabalho e a teimosia) e me mudei para Coimbra.

O primeiro sábado livre em vários meses, e o primeiro sábado livre em Coimbra desde sempre foi em passeio. (Não percebo porque é que não me pagam para passear!) 

Talvez para compensar a falta de férias este Verão e querer recordar os cinco dias de férias do Verão passado; ou simplesmente pela teimosia do costume, decidi revisitar dois lugares especiais. 
Sou (quase) a pessoa mais distraída que conheço e sou também a pessoa que mais se liga aos lugares pelas memórias que eles transmitem. 

Creio que gosto tanto de descobrir novos lugares como gosto de regressar aos que me transmitem boas recordações.
Neste caso, Coja: a ponte de pedra, o centro, a espera pelo pão com chouriço às duas da manhã (ou três?!), a mítica broa da Tuxa e o caminho que fazíamos a pé para o pequeno apartamento onde acampávamos cinco no mesmo quarto; e a Fraga da Pena: a natureza quase intocável, o descobrir pequenas quedas-de-água, o sentar numa pedra, ouvir a água cair, pensar em tudo e não dizer uma palavra. (E ver um casal, no mesmo lugar, sentado numa pedra a ouvir a água cair, calculo que a pensar em tudo e a não dizer nada). 







Há histórias que começam num certo lugar para terminar em qualquer outro. 
Outras começam num certo lugar para terminarem exactamente no mesmo. Creio que percebeste isso quando me enviaste uma fotografia sentado naquela pedra, sozinho. 
Eu percebi isso ontem, quando me sentei naquela pedra, sozinha.



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