Podia dizer-vos que é a decoração mais original que há por aqui: que os candeeiros são raladores, que as bases das mesas são pipas de vinho e que as paredes estão escritas a giz pelos clientes... E só - tudo - isto seria razão mais que suficiente para ficarem curiosos com este espaço, certo?
E isto é tudo verdade.
Mas eu sou muito das pessoas e das emoções. O Arcada poderia ser tudo isto e eu não lhe achar a mesma graça.
Na realidade, como eu gosto muito de defender: as pessoas fazem os sítios.
A primeira visita ao Arcada foi num almoço bem cedinho: o restaurante e a atenção toda para nós. Um senhor muito simpático e energético, de sorriso fácil e sugestões na ponta da língua. Fiquei encantada com o atendimento: não só me deixou fotografar à minha vontade como me chamou à atenção para alguns pormenores do espaço.
E nós já estávamos completamente rendidos e só conseguimos ficar ainda mais: pedimos a conta e com ela vieram dois shots de jeropiga - uma bebida bastante conhecida por aqui.
Apercebemo-nos depois que é a despedida da casa: oferecer a bebida em tom simpático de agradecimento pela visita - isto na visão de quem estuda marketing: uma forma forma de não tornar o momento do pagamento da refeição menos agradável, pelo contrário.
Prometemos regressar na véspera do meu aniversário e assim foi: meio da semana e uma noite de verão fantástica. O restaurante cheio de turistas e a nossa reserva intacta.
Como sabemos, um restaurante cheio com poucos colaboradores pode passar muito rapidamente de preferido a "tão depressa não volto lá!" e por momentos tive algum receio que isso acontecesse. Por momentos, literalmente.
Existiram atrasos, sim. Algum tempo à espera dos petiscos - o tempo ideal para desfrutar do espaço, da música e da companhia, sem pressas.
Atrasos esses que eram incontroláveis e os rapazes desdobravam-se em mil para atender aos pedidos, sempre com um sorriso no rosto.
Atrasos esses que foram compensados com vários mimos durante o jantar: uma dose extra de trouxinhas de legumes - M A R A V I L H O S A S - um bocadito de sangria não contabilizada e um copo de vinho do Porto. Mimos agradáveis que fazem a diferença: que fazem ignorar qualquer espera e fidelizam clientes.
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Do instagram: @beatriz.sotomayor |
Não conheço muitos locais onde isto aconteça, mas se um dia tiver o meu próprio negócio de restauração, quero muito aprender com estes senhores!
Obrigada!
E mais que isso: parabéns!
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