Gosto que digam que digam que sou parecida com o meu pai: é o elogio que mais gosto.
Parecida ou não, adotei algumas das suas manias.
Quando era pequena, o meu pai dizia-me muitas vezes que "precisava de desanuviar" e íamos passear horas - que me pareciam infinitas - de carro. Conhecer barragens, serras, salinas, castelos, aldeias,...
E voltar a conhece-los a todos.
A maioria das vezes, eu, pequena, sem conhecer sequer a necessidade de "desanuviar", achava estas viagens um tremendo tédio.
Hoje "desanuvio" da mesma forma.
E quando não vou conduzir por ai sozinha de maquina fotográfica como pendura, sujeito as alminhas caridosas que me acompanham a esse tremendo tédio que eu passava em pequena.
Tenho uma certa dificuldade em compreender como é que é possível não se gostar de viajar de carro.
Quando o tempo livre não é o suficiente para ir almoçar a Coimbra ou descer a Costa Vicentina e ir ver o por do sol na ponta de Sagres, há sítios que são suficientemente perto para visitar numa pausa do trabalho e suficientemente longe para recarregar baterias. A Arrábida, Sintra e o Guincho são as paixões vizinhas.
Nestes dias tenho andado com uma paixão mais forte do que o normal pelo Guincho - por mim ia lá todas as tardes.
Acredito que há poucos lugares no mundo tão bonitos quanto aquele: que mesmo com rajadas de vento fortíssimas e areia a voar por todo o lado não deixa de ser assustadoramente bonito!
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