A vida é de marés.
Há alturas em que escrevo muito, em que tenho de ter algum controlo para não escrever demais. São também as alturas em que fotografo mais e melhor. E são ainda os mesmos momentos em que estou triste ou nostálgica.
Não que seja artista ou algo do género, mas sempre li que a tristeza aguça a inspiração. No meu caso, a felicidade afasta-a.
Escrever pouco faz com que falte alguma coisa. Não é necessariamente negativa, pelo contrário.
Tenho aprendido - nesta coisa de me tornar adulta - que lido melhor com a falta de escrita do que com a sua abundância.
Tenho aprendido também que lido muito melhor com a confusão, o stress, o trabalho, do que com a aparente calma de não fazer nada. Descansar cansa-me.
O sol, a praia, um livro e um bocadinho só comigo são o combustível necessário.
Tenho aprendido que este blog foi criado quando tinha tempo livre suficiente para pensar demais. E também tenho aprendido que pensar demais só me faz mal.
Tenho aprendido que por vezes é necessário dar um passo atrás para dar dois em frente, e que isto é mesmo verdade!
As "coisas" que dependem da nossa decisão só valem a pena se nos fizerem bem, e se podermos mudar essas "coisas", não deve ser o orgulho ou medo a impedir-nos.
Demorei dois anos a tomar uma decisão importante por ter medo do julgamento dos "outros" e vergonha de dar a conhecer a suposta "parte fraca". Hoje compreendo que foi das melhores coisas que fiz. E ainda que não a publicite, orgulho-me de me ter enfrentado: desiludir-me a mim própria assustava-me ainda mais do que desiludir "os outros".
Tenho aprendido também que os sorrisos resolvem grande parte das questões.
E acabei de aprender que não é só quando estou triste ou nostálgica que escrevo demais.
Tens tanta razão Beatriz... Revejo-me tanto em ti! :))
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